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  • Foto do escritorAdnan Brentan

Por que começar a fazer trilhas na natureza? (parte 3)

"Máquinas: use-as e perca-as: organismos: Use-os ou perca-os." Frano Barovic


Esta é uma característica maravilhosa do corpo humano enquanto organismo vivo:

Se você não usa seu corpo, você o perde. Se você usa seu corpo, você o ganha.

Embora esta premissa não seja, isoladamente, integralmente válida, já que, se não houver variação de carga, intensidade e movimento, há grande chance de sofrer uma lesão por esforço repetitivo, o uso do corpo é indispensável para manutenção da saúde do mesmo.

Uma das beneces das trilhas na natureza: Ela é uma atividade física com grande variabilidade de ritmo, intensidade e movimentos e por isso não nos expõe a lesões por esforço repetitivos. Quando nos deslocamos, usando todo corpo, por um terreno irregular, que não tenha sido construído pelo homem, nunca damos dois passos idênticos. Já na esteira da academia...


Fazer trilha na natureza, além de melhorar a saúde, acaba por ser um grande aliado na batalha inevitável contra os malefícios do envelhecimento. Aqui novamente o grande vilão no envelhecimento talvez não seja o excesso de uso, mas, sim, a falta de uso. Uma informação que nos grita neste sentido é a de que nossos ossos, para se manterem fortes, precisam ser desafiados com cargas de exercício maiores com alguma frequência. Enquanto fugimos de uma mochila de 10kg nas costas, algumas senhoras já idosas carregavam, elegantemente, cargas de mais de 20kg equilibradas em cima de suas cabeças. Expor nossos corpos regularmente, dando o devido período de descanso, a alguma atividade física, vai trazer benefícios para nossa saúde, mas, definitivamente, não trará benefícios para a industria farmaceutica (que vive de doenças).


"Grande parte do envelhecimento resulta de um equívoco com relação ao efeito de conforto - uma doença da civilização: tornar a vida cada vez mais longa, enquanto as pessoas ficam cada vez mais doentes. Por exemplo, alguns marcadores, como a pressão arterial, que tedem a piorar com o tempo no ser humano moderno, não mudam no decorrer da vida de caçadores e coletores, até o derradeiro fim." Nassim Nicholas Taleb


Eu repito em quase todas as aberturas de atividade que: Embora atualmente vivamos, na maioria, predominantemente, cercados por cimento, asfalto e plástico, nosso corpo é o mesmo faz vários milhares de anos e nosso DNA não mudou em nada neste período. Somos fisicamente os mesmos que viviam nos desafiadores ambientes naturais nada estruturados. Portanto, é natural que nossos corpos funcionem melhor quando retornamos, ainda que temporariamente, para eles. A sensação de bem estar que nos invade é genuína e ancestral.


O estresse benéfico imposto por estas atividades ativam uma série de inteligências corporais e instintivas, até então, adormecidas. Atualmente já é domínio público e científico (o que nossos ancestrais por tradição já aplicavam) que até nosso cérebro se beneficia na execução destas "novas tarefas". Quando nosso corpo executa novos movimentos, nosso cérebro cria novas conexões neurais e, com frequencia, até cria novos neurônios para atender estas demandas "físicas".


E não para por aí. Por ser uma atividade física por excelência nosso corpo aumenta e regula a produção de vários hormônios importantes para saúde e bem estar, sendo eles:

- Endorfina que é um neuro-hormônio produzido naturalmente pelo corpo humano e, quando liberada, promove a sensação de recompensa e bem-estar. Também inibe o estresse e a irritação, e é um analgésico natural do organismo aliviando dores e a ansiedade.

- Serotonina que popularmente é conhecida como hormônio da felicidade e se relaciona à estabilidade emocional atuando em diversas funções físicas.

- Adrenalina quando o desafio pode causar algum medo. É conhecida também como epinefrina, é produzida de forma natural em nosso organismo pelas glândulas suprarrenais, ou adrenais, e atua na resposta rápida em situações de estresse.

- Somatotrofina ou GH, que é mais conhecida como hormônio do crescimento, pois é responsável pela multiplicação de células e crescimento físico do corpo humano. Ela é mais liberada nos momentos de maior exigência/intensidade física e estimula a queima de gordura, fortalece o crescimento dos tecidos e da fibra muscular.

- Cortisol. Embora ele seja conhecido como o hormônio do estresse, o cortisol tem a função de proteger a nossa saúde. Durante a prática de atividade física, o tipo de hormônio liberado no corpo é diferente do produzido pelo organismo no estresse do dia a dia. Quando liberado na quantidade correta, ele aumenta os substratos do metabolismo e tem efeitos benéficos à saúde.

- Dopamina aumenta naturalmente com a também maior presença do cortisol. Ela ajuda a regular o humor e estresse, controle de funções motoras, estimulação da memória e comportamentos relativos a raciocínio, concentração, funções mentais, apetite e sono.


Embora o foco deste artigo seja o efeito das trilhas na natureza no nosso corpo, os ganhos não acontecem só no corpo, mas simultaneamente na nossa mente. Costumo dizer que a pessoa que começa uma trilha acidentada não é a mesma que termina. Se eu, como guia, permito que a pessoa se esponha um pouco mais aos obstáculos, dando apoio somente quando é indispensável, é notável a evolução e aprimoramento na agilidade já durante a atividade. São incontáveis registros mentais de clientes que superaram adversidades, que eles consideravam, até então, insuperáveis. Seres incríveis que evoluem através da adversidade, que somos, depois de uma boa trilha retornamos para nosso cotidiano mais capazes de lidar também melhor com outros tipos de adversidade.


Tem mais uma porção de coisas boas que acontecem com nossos corpos quando vamos para trilha, mas este papo já está ficando longo e o que eu queria chamar a atenção é que este é outro motivo para começar a realizar (e continuar realizando) trilhas nos ambientes naturais:


Para manter ou melhorar a saúde, para fortalecer e aprimorar a boa forma física.




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